Essa é uma lista de livros publicada pelo Dr. Jordan Peterson em seu próprio website. De acordo com ele, são algumas das leituras mais "aterrorizantes" que já encontrou.
Ficção (1932) Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras “pai” e “mãe” produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford. Essa é a visão desenvolvida no clarividente romance distópico de Aldous Huxley, que ao lado de 1984, de George Orwell, constituem os exemplos mais marcantes, na esfera literária, da tematização de estados autoritários. Se o livro de Orwell criticava acidamente os governos totalitários de esquerda e de direita, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Huxley o objeto é a sociedade capitalista, industrial e tecnológica, em que a racionalidade se tornou a nova religião, em que a ciência é o novo ídolo, um mundo no qual a experiência do sujeito não parece mais fazer nenhum sentido, e no qual a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários. Entretanto, o moderno clássico de Huxley não é um mero exercício de futurismo ou de ficção científica. Trata-se, o que é mais grave, de um olhar agudo acerca das potencialidades autoritárias do próprio mundo em que vivemos. Como um alerta de que, ao não se preservarem os valores da civilização humanista, o que nos aguarda não é o róseo paraíso iluminista da liberdade, mas os grilhões de um admirável mundo novo.
2. 1984, George Orwell
Ficção (1949) Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que "só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro".
Quando foi publicada em 1949, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público. Seus principais ingredientes - um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais - atraíram leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução. À parte isso, a escrita translúcida de George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira sombria garantiram a entrada precoce de 1984 no restrito panteão dos grandes clássicos modernos.
3. O Caminho para Wigan Pier, George Orwell
Ficção (1937) "No sistema capitalista, para que a Inglaterra possa viver em relativo conforto, 100 milhões de indianos têm que viver à beira da inanição - um estado de coisas perverso, mas você consente com tudo isso cada vez que entra num táxi ou come morangos com creme." É dessa forma, unindo a pegada do inconformista com a mordacidade do literato, que George Orwell pinta as relações entre a metrópole imperial britânica e suas colônias na Ásia, na segunda parte de O caminho para Wigan Pier, publicado originalmente em 1937. É na primeira parte, porém, que ele dá conta, com seu costumeiro estilo límpido ("de vidraça", como ele dizia), direto e vigoroso, de sua visita às áreas de mineração de carvão em Lancashire e Yorkshire, no norte da ilha britânica. A pobreza e o sofrimento atroz dos mineiros são retratados ali com um grafismo brutal, desde as condições esquálidas de moradia ao medo das frequentes ondas de desemprego que assolavam a região, colocando em risco extremo a sobrevivência física dos trabalhadores e de suas famílias. Orwell já havia mergulhado a fundo na experiência da pobreza quase absoluta, nos dois anos que viveu perambulando como mendigo e trabalhador desqualificado pela França e pela própria Inglaterra - experiência narrada em seu primeiro livro, Na pior em Paris e Londres. A isso, somou-se o impacto desses dias passados lado a lado com os mineiros de carvão, o que resultou não só na pioneira peça de new journalism (expressão que só apareceria a partir dos anos 1960, nos Estados Unidos) da primeira parte de Wigan Pier, como também na análise amarga e muitas vezes sardônica da estrutura social, dos preconceitos de classe britânicos e das fragilidades e inconsistências da esquerda intelectual bem-nascida que lemos na segunda parte da obra. Neste livro, vemos o futuro e celebrado autor de clássicos universais já em plena florescência de seu projeto literário e existencial, que o levou a abandonar os privilégios de sua classe, a execrar qualquer forma de imperialismo e a mergulhar de corpo e alma na vida dos trabalhadores pobres e dos excluídos sociais.
4.Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski
Literatura e Ficção. "Crime e castigo" é a obra mais célebre de Dostoiévski e um dos romances fundamentais da literatura ocidental. Escrita entre 1865 e 1866, quando Dostoiévski tinha 45 anos, foi publicada em partes na revista Rússki Viéstnik [O Mensageiro Russo], a mesma que vinha publicando, na época, o romance "Guerra e paz", de Liev Tolstói. A ideia do livro surgiu quando Dostoiévski propôs a Katkóv, editor da revista, redigir um "relato psicológico de um crime". Na obra, Raskólnikov, um rapaz sombrio e orgulhoso, retraído mas também aberto à observação humana, precisa interromper seus estudos por falta de dinheiro. Devendo o aluguel à proprietária do cubículo desconfortável em que vive, ele se sente esmagado pela pobreza. Ao mesmo tempo, acha que está destinado a um grande futuro e, desdenhoso da moralidade comum, julga ter plenos direitos para cometer um crime – o que fará de uma maneira implacável. Por meio da trajetória de Raskólnikov, Dostoiévski apresenta um testemunho eloquente da pobreza, do alcoolismo e das condições degradantes que empurram para o abismo anônimos nas grandes cidades. Ainda assim, a tragédia não exclui a perspectiva de uma vida luminosa, e o castigo pelo crime vai lhe abrir um longo caminho em direção à verdade.
5. Os Demônios, Fiódor Dostoiévski
Impressionado com o assassinato de um estudante por um grupo niilista, Dostoiévski concebeu este livro como um protesto contra os que queriam transplantar a realidade política e cultural da Europa ocidental para a Rússia. Apesar da intenção inicialmente panfletária, Os demônios é um romance magistral, à altura de Crime e castigo ou Os irmãos Karamázov.
6. Além do Bem e do Mal, Friedrich Nietzsche
Além do bem e do mal (1886) é uma das mais representativas e, portanto, polêmicas obras de NIETZSCHE, FRIEDRICH (1844-1900). Primeiro livro após Assim falou Zaratustra (1883-85) é, também, o primeiro da fase 'destrutiva' do autor, que havia chegado à conclusão de que, para alcançar a verdade, todo pensador e todo artista precisa conspurcar o próprio ninho. Ou seja: em Além do bem e do mal, o filósofo-poeta (como foi por muitos chamado) coloca em xeque toda a filosofia ocidental praticada até a sua época. Segundo Nietzsche, toda ela é presa a preconceitos morais ? sobretudo cristãos, que enfraqueceram o Ocidente. O pensador que veio para reinventar a filosofia afirmava que esta deveria refletir profundamente sobre o mundo à sua volta e se posicionar, custasse o que custasse, para além do bem e do mal. Nesta obra, cujo tema é, sobretudo, a precariedade cultural e espiritual do seu tempo, Nietzsche afirma a necessidade de que, no eterno retorno da vida e da história humana, os homens se ergam, aceitando a própria finitude, ultrapassando a própria condição e vivendo soberanamente no gozo e na dor da própria verdade. Contra os fracos, os humildes, os dignos de dó, ele afirma o ideal dos super-homens, dos quais dependeria o futuro da humanidade. Polêmico e sempre provocador, Nietzsche desenvolve os conceitos de 'vontade de poder' e de 'moral de senhor'. A moral de senhor é aquela a ser seguida e imposta, que mostra o que é bom, verdadeiro e belo, em contraposição à 'moral de escravo'. Resta a cada ser humano decidir se é senhor ou escravo.
7. Ordinary Men, Christopher Browning
Ainda sem tradução para o português, Homens Comuns (tradução própria), é uma análise da mentalidade das pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para o holocausto durante a segunda guerra e mostra como eles não eram muito diferentes de você ou de mim.
8.The Painted Bird, Jerzy Kosinski
Ainda sem tradução para o português, é um romance ambientado na Segunda Guerra Mundial e como ela era vista por um garoto "cigano ou vadio judeu", que perambulava pelas aldeias da Europa Oriental.
9.O Estupro de Nanquim (The Rape of Nanking), Iris Chang.
10. O Arquipélago Gulag, Aleksandr Soljenítsyn
Arquipélago Gulag, obra-prima do russo Aleksandr Soljenítsyn (1918-2008), prêmio Nobel de Literatura, foi escrita clandestinamente entre 1958 e 1967. Para contar a história, construída a partir do testemunho de 227 sobreviventes dos campos do Gulag, na União Soviética, Soljenítsyn precisou montar uma verdadeira operação secreta. Passou duas temporadas em um sítio na Estônia, longe da vigilância soviética, onde escreveu a maior parte do texto. Com o manuscrito pronto, aquartelou-se em uma casa de campo próxima a Moscou, onde revisou, datilografou e microfilmou cada página em 1968. Uma cópia foi entregue a uma amiga francesa, que naquele mesmo ano contrabandeou o livro para fora da cortina de ferro. A primeira edição de Arquipélago Gulag foi lançada em Paris no final de 1973, mesmo ano em que o manuscrito foi descoberto pela KGB. Poucas semanas depois do lançamento, o autor foi preso, acusado de “alta traição”, teve a cidadania soviética retirada e foi obrigado a deixar a URSS. Isso não impediu para o livro fosse traduzido para dezenas de línguas, recebesse críticas positivas e vendesse milhões de cópias.
11. Em Busca de Sentido, Viktor Frankl
O fundador da Logoterapia mostra aqui como foi a sua própria experiência em busca do sentido da vida num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Apresenta também, numa segunda parte, os conceitos básicos da logoterapia.
12. O Homem Moderno em busca de Uma Alma (Modern Man in Search of a Soul), Carl Jung
Ensaios escritos pelo psicólogo Carl Gustav Jung, abordando diversos temas porém, principalmente, abordando a espiritualidade do homem moderno (após a Primeira Guerra Mundial).
13. Mapas de Significado: A Arquitetura da Crença
Mapas do Significado, a obra-prima do psicólogo canadense, é um tratado multidisciplinar sobre como surgem as crenças humanas e sobre como elas influenciam nosso comportamento diário.
14. História das Crenças e das Ideias Religiosas, Mircea Eliade
Em vários volumes o autor empreende, em ordem cronológica, a análise das manifestações do sagrado nas sociedades humanas, com um estudo singular dos momentos criadores das mais diferentes tradições religiosas do Oriente e do Ocidente.
15. Neurociência Afetiva (affective neuroscience), Jaak Panksepp
Ainda sem tradução para o português, é um estudo dos mecanismos neurais da emoção.
Muitas pessoas me escrevem perguntando o que eles deveriam ler para educarem apropriadamente a si mesmos. Aqui está uma lista de livros que eu achei particularmente influente no meu desenvolvimento intelectual.1. Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley
Ficção (1932) Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras “pai” e “mãe” produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford. Essa é a visão desenvolvida no clarividente romance distópico de Aldous Huxley, que ao lado de 1984, de George Orwell, constituem os exemplos mais marcantes, na esfera literária, da tematização de estados autoritários. Se o livro de Orwell criticava acidamente os governos totalitários de esquerda e de direita, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Huxley o objeto é a sociedade capitalista, industrial e tecnológica, em que a racionalidade se tornou a nova religião, em que a ciência é o novo ídolo, um mundo no qual a experiência do sujeito não parece mais fazer nenhum sentido, e no qual a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários. Entretanto, o moderno clássico de Huxley não é um mero exercício de futurismo ou de ficção científica. Trata-se, o que é mais grave, de um olhar agudo acerca das potencialidades autoritárias do próprio mundo em que vivemos. Como um alerta de que, ao não se preservarem os valores da civilização humanista, o que nos aguarda não é o róseo paraíso iluminista da liberdade, mas os grilhões de um admirável mundo novo.
2. 1984, George Orwell
Ficção (1949) Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que "só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro".
Quando foi publicada em 1949, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público. Seus principais ingredientes - um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais - atraíram leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução. À parte isso, a escrita translúcida de George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira sombria garantiram a entrada precoce de 1984 no restrito panteão dos grandes clássicos modernos.
3. O Caminho para Wigan Pier, George Orwell
Ficção (1937) "No sistema capitalista, para que a Inglaterra possa viver em relativo conforto, 100 milhões de indianos têm que viver à beira da inanição - um estado de coisas perverso, mas você consente com tudo isso cada vez que entra num táxi ou come morangos com creme." É dessa forma, unindo a pegada do inconformista com a mordacidade do literato, que George Orwell pinta as relações entre a metrópole imperial britânica e suas colônias na Ásia, na segunda parte de O caminho para Wigan Pier, publicado originalmente em 1937. É na primeira parte, porém, que ele dá conta, com seu costumeiro estilo límpido ("de vidraça", como ele dizia), direto e vigoroso, de sua visita às áreas de mineração de carvão em Lancashire e Yorkshire, no norte da ilha britânica. A pobreza e o sofrimento atroz dos mineiros são retratados ali com um grafismo brutal, desde as condições esquálidas de moradia ao medo das frequentes ondas de desemprego que assolavam a região, colocando em risco extremo a sobrevivência física dos trabalhadores e de suas famílias. Orwell já havia mergulhado a fundo na experiência da pobreza quase absoluta, nos dois anos que viveu perambulando como mendigo e trabalhador desqualificado pela França e pela própria Inglaterra - experiência narrada em seu primeiro livro, Na pior em Paris e Londres. A isso, somou-se o impacto desses dias passados lado a lado com os mineiros de carvão, o que resultou não só na pioneira peça de new journalism (expressão que só apareceria a partir dos anos 1960, nos Estados Unidos) da primeira parte de Wigan Pier, como também na análise amarga e muitas vezes sardônica da estrutura social, dos preconceitos de classe britânicos e das fragilidades e inconsistências da esquerda intelectual bem-nascida que lemos na segunda parte da obra. Neste livro, vemos o futuro e celebrado autor de clássicos universais já em plena florescência de seu projeto literário e existencial, que o levou a abandonar os privilégios de sua classe, a execrar qualquer forma de imperialismo e a mergulhar de corpo e alma na vida dos trabalhadores pobres e dos excluídos sociais.
4.Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski
Literatura e Ficção. "Crime e castigo" é a obra mais célebre de Dostoiévski e um dos romances fundamentais da literatura ocidental. Escrita entre 1865 e 1866, quando Dostoiévski tinha 45 anos, foi publicada em partes na revista Rússki Viéstnik [O Mensageiro Russo], a mesma que vinha publicando, na época, o romance "Guerra e paz", de Liev Tolstói. A ideia do livro surgiu quando Dostoiévski propôs a Katkóv, editor da revista, redigir um "relato psicológico de um crime". Na obra, Raskólnikov, um rapaz sombrio e orgulhoso, retraído mas também aberto à observação humana, precisa interromper seus estudos por falta de dinheiro. Devendo o aluguel à proprietária do cubículo desconfortável em que vive, ele se sente esmagado pela pobreza. Ao mesmo tempo, acha que está destinado a um grande futuro e, desdenhoso da moralidade comum, julga ter plenos direitos para cometer um crime – o que fará de uma maneira implacável. Por meio da trajetória de Raskólnikov, Dostoiévski apresenta um testemunho eloquente da pobreza, do alcoolismo e das condições degradantes que empurram para o abismo anônimos nas grandes cidades. Ainda assim, a tragédia não exclui a perspectiva de uma vida luminosa, e o castigo pelo crime vai lhe abrir um longo caminho em direção à verdade.
5. Os Demônios, Fiódor Dostoiévski
Impressionado com o assassinato de um estudante por um grupo niilista, Dostoiévski concebeu este livro como um protesto contra os que queriam transplantar a realidade política e cultural da Europa ocidental para a Rússia. Apesar da intenção inicialmente panfletária, Os demônios é um romance magistral, à altura de Crime e castigo ou Os irmãos Karamázov.
6. Além do Bem e do Mal, Friedrich Nietzsche
Além do bem e do mal (1886) é uma das mais representativas e, portanto, polêmicas obras de NIETZSCHE, FRIEDRICH (1844-1900). Primeiro livro após Assim falou Zaratustra (1883-85) é, também, o primeiro da fase 'destrutiva' do autor, que havia chegado à conclusão de que, para alcançar a verdade, todo pensador e todo artista precisa conspurcar o próprio ninho. Ou seja: em Além do bem e do mal, o filósofo-poeta (como foi por muitos chamado) coloca em xeque toda a filosofia ocidental praticada até a sua época. Segundo Nietzsche, toda ela é presa a preconceitos morais ? sobretudo cristãos, que enfraqueceram o Ocidente. O pensador que veio para reinventar a filosofia afirmava que esta deveria refletir profundamente sobre o mundo à sua volta e se posicionar, custasse o que custasse, para além do bem e do mal. Nesta obra, cujo tema é, sobretudo, a precariedade cultural e espiritual do seu tempo, Nietzsche afirma a necessidade de que, no eterno retorno da vida e da história humana, os homens se ergam, aceitando a própria finitude, ultrapassando a própria condição e vivendo soberanamente no gozo e na dor da própria verdade. Contra os fracos, os humildes, os dignos de dó, ele afirma o ideal dos super-homens, dos quais dependeria o futuro da humanidade. Polêmico e sempre provocador, Nietzsche desenvolve os conceitos de 'vontade de poder' e de 'moral de senhor'. A moral de senhor é aquela a ser seguida e imposta, que mostra o que é bom, verdadeiro e belo, em contraposição à 'moral de escravo'. Resta a cada ser humano decidir se é senhor ou escravo.
7. Ordinary Men, Christopher Browning
Ainda sem tradução para o português, Homens Comuns (tradução própria), é uma análise da mentalidade das pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para o holocausto durante a segunda guerra e mostra como eles não eram muito diferentes de você ou de mim.
8.The Painted Bird, Jerzy Kosinski
Ainda sem tradução para o português, é um romance ambientado na Segunda Guerra Mundial e como ela era vista por um garoto "cigano ou vadio judeu", que perambulava pelas aldeias da Europa Oriental.
9.O Estupro de Nanquim (The Rape of Nanking), Iris Chang.
Livro escrito por Iris Chang, em 1997, sobre o Massacre de Nanquim.Com o sub-título "O holocausto esquecido da segunda guerra mundial" é o resultado de exaustiva pesquisa realizada pela autora sobre as atrocidades praticadas pelo Exército Imperial Japonês, ao capturar a cidade chinesa de Nanquim, durante a segunda Guerra sino-japonesa.
Muito bem documentado, o livro trouxe à tona esse massacre que se manteve por anos na obscuridade.
10. O Arquipélago Gulag, Aleksandr Soljenítsyn
Arquipélago Gulag, obra-prima do russo Aleksandr Soljenítsyn (1918-2008), prêmio Nobel de Literatura, foi escrita clandestinamente entre 1958 e 1967. Para contar a história, construída a partir do testemunho de 227 sobreviventes dos campos do Gulag, na União Soviética, Soljenítsyn precisou montar uma verdadeira operação secreta. Passou duas temporadas em um sítio na Estônia, longe da vigilância soviética, onde escreveu a maior parte do texto. Com o manuscrito pronto, aquartelou-se em uma casa de campo próxima a Moscou, onde revisou, datilografou e microfilmou cada página em 1968. Uma cópia foi entregue a uma amiga francesa, que naquele mesmo ano contrabandeou o livro para fora da cortina de ferro. A primeira edição de Arquipélago Gulag foi lançada em Paris no final de 1973, mesmo ano em que o manuscrito foi descoberto pela KGB. Poucas semanas depois do lançamento, o autor foi preso, acusado de “alta traição”, teve a cidadania soviética retirada e foi obrigado a deixar a URSS. Isso não impediu para o livro fosse traduzido para dezenas de línguas, recebesse críticas positivas e vendesse milhões de cópias.
11. Em Busca de Sentido, Viktor Frankl
O fundador da Logoterapia mostra aqui como foi a sua própria experiência em busca do sentido da vida num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Apresenta também, numa segunda parte, os conceitos básicos da logoterapia.
12. O Homem Moderno em busca de Uma Alma (Modern Man in Search of a Soul), Carl Jung
Ensaios escritos pelo psicólogo Carl Gustav Jung, abordando diversos temas porém, principalmente, abordando a espiritualidade do homem moderno (após a Primeira Guerra Mundial).
13. Mapas de Significado: A Arquitetura da Crença
Mapas do Significado, a obra-prima do psicólogo canadense, é um tratado multidisciplinar sobre como surgem as crenças humanas e sobre como elas influenciam nosso comportamento diário.
14. História das Crenças e das Ideias Religiosas, Mircea Eliade
Em vários volumes o autor empreende, em ordem cronológica, a análise das manifestações do sagrado nas sociedades humanas, com um estudo singular dos momentos criadores das mais diferentes tradições religiosas do Oriente e do Ocidente.
15. Neurociência Afetiva (affective neuroscience), Jaak Panksepp
Ainda sem tradução para o português, é um estudo dos mecanismos neurais da emoção.
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